Basicamente, consegui neste primeiro dia de aulas ignorar quem não merecia a minha atenção, amar quem realmente me ama, corrigir o meu comportamento deveras preocupante, concentrar-me nas aulas (especialmente na de Química) e brincar com os caracóis do Hugo. O Pedro cruzou-se comigo na rua, e cumprimentou-me com um beijo em cada face, mas o que me apetecia mesmo era abraçá-lo e sentir o calor agradável dos seus braços à volta dos meus ombros. É por isso que eu digo que a vida é injusta e que não vale a pena derramar lágrimas por causas perdidas. A vida continua e eu vou aproveitá-la ao máximo. Vou ler o meu Orgulho e Preconceito e depois, tentar dormir, uma vez que os meus horários de sono estão absolutamente trocados e ontem adormeci às 2h30 da manhã.
@ Ofereço-te este Mini-Post, Silver
Não sei o que hei-de fazer em relação à minha vida. Estou cansada de ser a melhor amiga de toda a gente. Então, é melhor avisar os outros da minha mudança. Agora vou pensar por mim mesma, agir da forma que acho mais adequada e se o resto do mundo não gostar, paciência.
Ando no 10º ano e considero-me responsável. Assim sendo, durante o segundo período evitarei vir ao computador. Lembrem-se que as notas contam para a média e eu estou a construir o meu futuro ou, por outras palavras, fazer a cama em que me irei deitar. Durante o fim-de-semana talvez venha actualizar o Blogue, mas não o posso prometer, uma vez que esses dias não são exclusivamente usados para lazer.
Se não puder actualizar, cá estarei no período de descanso do Carnaval. Até lá, desejem-me boa sorte para conquistar quem perdi e amaldiçoar quem me magoou. E eu, em troca, desejo-vos um período cheio de sucesso a nível romântico, escolar e familiar. Tentarei responder aos comentários que me deixarão durante o fim-de-semana, no caso de ter tempo de vir à Internet.
Estou disponível para vos deixar o meu Correio electrónico, mas, por razões de segurança, no caso de o quererem, peçam nos comentários e eu terei todo o gosto em adicionar-vos. Podem também encontrar-me no Twitter, que tentarei actualizar durante o fim-de-semana, e no FormSpring.
@ Divirtam-se no Inferno
Mais um ano se passou, como tantos outros. Durante este ano, tive os momentos mais felizes da minha vida, bem como os mais tristes. Amei e odiei. Tantas coisas mudaram na minha vida em 2009. Vivi um Conto de Fadas, que terminou da pior maneira. Mas, 2009 foi o ano mais importante da minha vida. Durante este ano, amadureci, tornei-me mais responsável, uma verdadeira adulta. Gostava de mudar muitas coisas que ocorreram durante este ano [gostaria de me ter esforçado mais a Química, gostaria de ter sido menos orgulhosa com aqueles que amo, de ser mais despreocupada…] mas, como o tempo não me permite voltar e corrigir tudo o que fiz de errado no passado, tentarei no próximo 2010 tornar-me uma pessoa melhor. Como tal, organizei uma lista de coisas que quero fazer durante o próximo ano. Não é daquele tipo de lista “101 coisas em 1001 dias”, mas sim uma de objectivos que eu clarifiquei.
001 – Ter uma média de 19.
002 – Ser menos orgulhosa.
003 – Tornar-me menos fútil.
004 – Ler mais vezes o jornal.
005 – Aprender a debater.
006 – Passar menos tempo no computador.
007 – Poupar dinheiro.
008 – Tornar-me voluntária no lar de idosos.
009 – Ser menos comodista.
010 – Ser menos refilona e teimosa.
011 – Deixar de ser tão orgulhosa.
012 – Tornar-me uma amiga mais leal.
013 – Largar a timidez.
014 – Ser mais organizada.
015 – Ser eu própria.
No final de 2010 voltarei a aceder a esta lista de 15 objectivos e verei quais é que consegui cumprir. A maior parte deles têm a ver com o melhoramento da personalidade, e por isso, são extremamente importantes. Aconselho-vos a elaborar uma lista semelhante e dar o vosso máximo para cumprir cada item.
Nós costumávamos ser amigas. Provavelmente são tempos remotos demais para a tua memória, mas, Rita, asseguro-te que estes tempos existiram. O motivo pelo qual o deixámos de ser deve-te passar ao lado. Ou talvez apenas não queiras mostrar aos outros quem realmente és. Tudo começou no nosso oitavo ano. Andávamos de dedos entrelaçados pelo recreio e sorrimos quando o vimos a passar pela nossa escola [É possível que ainda só tenham passado dois anos desde esse momento?]. Tu gritaste bem alto “Oh! Ele é tão absolutamente lindo.” E eu concordei contigo, mais discretamente.
Éramos da mesma turma, sentadas na mesma carteira. Trocávamos bilhetinhos durante a aula, a conspirar sobre ele. A nossa professora repreendia-nos. Era a função dela, na realidade. Então, chegou o fim do segundo período do oitavo ano. Combinámos ir juntas buscar as notas e depois almoçar, para nos despedirmos. Eu ia para os Alpes, esquiar, e tu ias passar as férias da Páscoa à aldeia da tua avó. Encontrámo-nos no portão da escola e abraçámo-nos efusivamente. Fizemos figas, queríamos ter boas notas. Então, vimo-las. Ambas tivemos notas maravilhosas, mas eu tive um cinco a mais que tu. Eu li a inveja nos teus olhos, mas ignorei-a. Quando voltámos de férias, contei-te tudo o que tinha feito nos Alpes e tu interrompias-me para narrar a forma como um tal Miguel te beijou na aldeia. Eu sorri e apoiei-te. Nunca chegaste a saber o que eu fiz, pois tu só querias saber de ti. Uns tempos depois, tu viste-me ir para as aulas de piano com o nosso apaixonado. Era assim que lhe chamávamos. Começaste a afastar-te de mim, e eu não compreendia o motivo.
Uns meses depois, pouco antes das férias de Verão, a Joana veio ter comigo, com ar de caso e disse-me em tom de segredo “Anna, eu estava a evitar contar-te, mas a Rita contou a toda a gente que tu vais com o Pedro drogar-te no jardim atrás da casa dela. É verdade?” Drogar-me? Podias ser menos realista? No oitavo ano, repudiava tabaco, drogas e álcool. Aliás, continuo a repudiar. As pessoas começaram a pôr-me de lado. Fiquei triste. Contei ao Pedro o que se passava e ele abraçou-me, limpando as minhas lágrimas. Então, um dia, no nono ano, o Pedro passou pela escola para irmos para a música. Deu-me a mão. Tu chegaste-te às grades e fingiste olhar para outro lado. Mas eu vi-te a olhar para nós. E aquela mensagem que me mandaste, à noite, que dizia: “Olha, Anna, não sei porque me tentas fazer ciúmes dessa maneira. És mesmo cabra.” Não te respondi, mas o certo é que aqueles cartazes na escola com caligrafia rude e imagem asquerosas assinadas com o meu nome, não foram lá postas por mim.
No décimo ano, o Pedro e eu terminámos, apesar de o mais correcto a dizer deveria ser o Pedro terminou comigo. Tu e ele começaram a ser mais íntimos. E ele passou a ignorar-me. Porquê, Rita? A pergunta fica feita. O teu veneno pode tê-lo infectado, mas a mim, querida, ainda terás de picar novamente.
I want you to go to Hell @
Nome do Livro: Para a Minha Irmã (My Sister’s Keeper)
Autora: Jodi Picoult
Resumo: “Anna não está doente, mas bem poderia estar. Aos treze anos de idade já passou por várias operações, transfusões e injecções para ajudar a irmã, Kate, que sofre de leucemia. Anna nasceu com esta finalidade, disseram-lhe os pais, e é por isso que a amam ainda mais.
Mas agora ela não pode deixar de se questionar sobre como seria a vida dela se não estivesse presa à irmã… e toma uma decisão que, para a maioria das pessoas da sua idade, seria quase impensável.”
A Minha Avaliação: 16/20
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Conheci recentemente um Blog fabuloso. Visitem-no, comentem-no, bem como à sua nova extensão. Parabéns à Webmiss, Chloe, por ter um Blog tão organizado.
Conheço-te há tanto tempo quanto a mim mesma. Aliás, como só recentemente descobri a minha identidade, conheço-te há mais ainda. Quando te vi pela primeira vez, um rapazinho desdentado e despenteado, franzi o sobrolho. Eras mais velho que eu - é certo - mas isso não me interessava. Tinha 5 anos quando falei contigo pela primeira vez. Estávamos sentados no piano, lembras-te? Tocava as minhas músicas básicas e tu foste lá, dizer-me que querias aquecer as mãos, naquela sala quentinha. Eu sorri-te e mandei-te embora. Encontros breves como esse foram-se multiplicando. Depois, eu entrei para a tua turma. Tu eras o mais popular, tinhas 9 anos. Senti-me invisível, no meio de todas aquelas crianças que emanavam confiança nelas próprias. Tu deste-me uma palmadinha no ombro e disseste bem alto: “Esta é a Anna. Ela também toca piano.” Eu corei, e baixei o olhar. Era tão tímida, com 6 anos. Os anos foram-se passando. Nunca me consegui integrar na turma, mas tu sempre disseste uma piada acerca de mim, não foi? Eu gostava.
Então, muitos anos depois, uma transformação ocorreu. Tu olhaste-me, com esses teus olhos cor de chocolate, e o meu mundo parou. Conhecemo-nos há quantos anos? Dez. Nunca me tinha apercebido do poder que o teu olhar exerce sobre mim. Estávamos sentados no piano, desta vez era eu que tinha ido até à tua sala, para que me ajudasses com uma música difícil. Pegaste na minha mão com suavidade e fizeste-a passar pelas teclas correctas. Depois, levaste-a ao teu rosto e fechaste os olhos. Quando senti a temperatura da tua pele, fechei-os também. Durante quanto tempo estivemos ali de olhos fechados? Segundos, minutos, horas? Um amigo nosso entra de rompante, verificando se aquele piano está ocupado. Nós apressamo-nos a separar-nos. Ele não se apercebe de nada. Cumprimenta-te com um aperto de mão e a mim com um beijo em cada face. Depois, sai. Eu pego na minha capa, agradeço-te por me teres explicado, e saio também, embaraçada.
No dia seguinte passaste pela minha escola, como em tantas outras vezes. Íamos sempre juntos, a conversar sobre o último álbum dos Muse. Tu pegaste-me na mão e caminhámos de mãos dadas. Lembras-te dos olhares dos meus professores, que outrora haviam sido teus? Lembras-te dos risinhos histéricos das minhas amigas? Lembras-te das faíscas do olhar da Rita? Chegámos ao enorme edifício onde estudamos piano, e tocámos, mas antes de irmos embora, foste ter comigo. Olhaste-me com a mesma ternura do dia anterior e beijaste-me. Tão suavemente, tão docemente. Paraste, eu segurei-te e voltei-te a beijar. No meio do beijo, sussurraste-me “Amo-te” e eu respondi-te da mesma forma. Perguntaste-me se queria namorar contigo. “Sim, quero. Quero isso acima de tudo.” E envolveste-me num abraço prolongado e carinhoso.
Os dias passaram. Os meses passaram. Um ano se passou. Como sempre, passaste pela minha escola, mas não me deste a mão, como de costume. Olhei para ti, mas não te questionei. Não me beijaste, antes de entrar para a tua sala. Pressenti algo mau. Não esperaste por mim à saída, magoou-me.
À noite, quando eu estava deitada, a meditar sobre o que se passaria contigo, senti o meu telemóvel vibrar. Atendi. Eras tu. Estavas diferente, muito diferente. A tua voz estava dura, áspera. Disseste as palavras que eu mais temia “Quero terminar”. Solucei, não te respondi. Tu pediste-me desculpa por não me enfrentares, mas admitiste não ter coragem. Perguntei-te o motivo pelo qual querias terminar a nossa história de amor. Disseste rapidamente “Há outra pessoa.” O meu coração deu um pulo no peito. Eu sabia quem era essa pessoa. Eu deveria ter adivinhado. Não fui cobarde, disse-te adeus antes de desligar, mas só me apetecia mandar-te para o inferno com a Rita. Atirei com o meu telemóvel para o chão e tranquei-me no quarto durante todo o fim-de-semana. A minha mãe tentava, em vão, convencer-me a sair. Mas quando chegou a Segunda-Feira, levantei-me, vesti-me, agi normalmente. Esperei por ti para irmos juntos para a música. Mas tu não apareceste. Normalmente, quando o Príncipe abandona a Princesa indefesa no meio da floresta, o Conto de Fadas deixa de o ser. Entro no edifício, com as lágrimas a bailarem-me nos olhos e vejo-te, já a tocar furiosamente. Estás sozinho. Entro na tua sala e pego na minha capa. Digo-te um ‘Olá’ secamente. Tu não te dignas a responder.
@ E assim terminou o nosso Conto de Fadas